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Os capacetes são testados com impactos a 23 km/h.
Cerca de 2% dos acidentes de bicicleta afectam a cabeça pelo que nos restantes casos é indiferente usar capacete. Os ferimentos de pernas e braços representam a maior parte.
Quem usa mais capacete é quem usa a bicicleta em acrobacias, descidas de montanha ou competição. A probabilidade de cair aumenta quando se leva o uso ao extremo bem como a gravidade do impacto.
Na Holanda, onde o capacete é usado só por 1% da população há hospitais onde os ciclistas com capacete representam 14% das admissões. O uso que se faz afecta muito mais poder ter acidentes do que usar o capacete.
Aliás, os países onde se usa menos capacete é onde o nível de ferimentos dos ciclistas é mais baixo.
https://usa.streetsblog.org/2016/06/02/why-helmets-arent-the-answer-to-bike-safety-in-one-chart
Condutores e passageiros de carros representam a maior parte de traumatismos craneanos. A sociedade conseguiria evitar mais traumatismos craneanos se tornasse o uso de capacete obrigatório dentro de carros.
Nalguns hospitais em cerca de 40% das pessoas com traumatismos craneanos estes foram devidos a quedas quando estavam bêbadas.
Dentro das pessoas feridas existem mais pessoas a cair dentro de casa ou ter problemas ao deslocar colchões e outro objectos pesados do que ciclistas.
Em mais de 80% dos acidentes mais graves que envolvem carros e outros veículos a protecção dada pelo capacete é mínima. A maior parte dos ciclistas que morrem em Portugal usavam capacete mas mesmo impactos a 30 ou 40 km/h podem ser mortais mesmo sem afectar a cabeça.
A obrigatoriedade do capacete leva a uma diminuição do número de ciclistas o que por seu lado leva a um aumento do risco de andar de bicicleta.
Os países com mais ciclistas e onde quase ninguém usa capacete têm níveis de risco 10x inferior a Portugal pelo que não é o capacete que explica a segurança.
Uma pessoa ficar sentada no sofá representa um risco para a saúde muito mais elevado do que andar de bicicleta.
Portugal gasta todos os anos mais de 1000 milhões de euros com tratamentos de diabetes e o exercício físico pode diminuir o risco de diabetes em mais de metade.
Um estudo alemão aponta que por cada euro investido em ter capacetes obrigatório só haverá um retorno de 0,74 pelo que é uma medida contraproducente.
A criação de ciclovias integradas e faixas segregadas reduz drasticamente o nível de acidentes e as suas consequências. O aumento do número de utilizadores provoca o efeito de segurança pelos números.
A observação das regras de segurança na condução de carros desde limites de velocidade, regras de ultrapassagem. manobras perigosas e outros é o que mais pode contribuir para a segurança de ciclistas. Mais de 80% dos acidentes com ciclistas são provocados por carros e outros veículos.
Nalguns países em caso de acidente a culpa é atríbuida directamente ao condutor do carro e isso faz que haja mais atenção aos ciclistas.
Para um relatório europeu ver
Ao colocar o enfoque no uso do capacete os automobilistas desresponsabilizam-se do facto de serem os principais causadores de acidentes e ferimentos graves a ciclistas.
Deixa-se também de discutir a diminuição da velocidade para valores inferiores a 30 km/h.
As entidades públicas também usam o uso do capacete para se desresponsabilizarem de criarem novas ciclovias e infraestruturas seguras ou imporem leis mais restritivas ou maior fiscalização.
No fundo é uma forma de culpar os utilizadores vulneráveis.
Em 2024, entidades como a ANSR chegam a ter 20% das suas publicações sobre o que supostamente os utilizadores vulneráveis devem fazer, quando na verdade a maior parte do risco vêm do comportamento dos condutores.
Em vez de focaram as publicações em quem provoca 500 mortos por ano preferem fazer publicações sobre quem não mata outros.
Os ciclistas e peões são cerca de 20% dos mortos. No caso dos peões metade é morto na passadeira, o que seria impossível se a lei fosse cumprida, mas nunca vê uma publicação da ANSR a dizer não mate peões na passadeira.
As motas são cerca de 7x mais perigosas que um carro. Alcançam velocidades muito superiores a uma bicicleta.
Não existem ganhos de forma física por andar de mota e o desconforto de usar capacete de moto é bastante inferior dado não se ter grande esforço físico. Também o efeito de protecção pelos números não é tão evidente.
Com motas existem muitos estudos claros que mostram que o uso de capacete tem vantagens e até o uso de capacete integral tem muitas vantagens em relação a um modelo mais simples.
Os ocupantes de veículos representam mais de metade dos feridos com traumatismos graves na cabeça nos hospitais.
No entanto, só pilotos de rally ou fórmula 1 costumam usar capacete.
Quedas em casa ou devidas a beber em excesso representam um número muito superior de traumatismos na cabeça a precisarem de assistência hospitalar.
O uso de capacete na construção civil ajuda a explicar ter-se passado de quase 2000 mortos por ano para 100.
Se vai ter um uso de risco deve usar capacete. Se só usar uma velocidade equivalente a que teria a correr terá pouca vantagem de usar capacete.
Em caso de ter um carro a vir para cima de si será mais a velocidade deste e como o atinge que determina o resultado.